quarta-feira, setembro 30, 2009

População Sufocada x Peso da Poluição

Agência FAPESP – Uma nova pesquisa reforça trabalhos anteriores ao apontar a poluição ambiental como uma das causas do baixo peso em crianças recém-nascidas. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Taubaté (Unitau), em São Paulo, destacou o papel de poluentes – entre os quais ozônio e dióxido de enxofre – como fatores de risco para o baixo peso de bebês.
Cor de chumbo: poluentes dos carros saturam o ar paulistano - Jose Luis ConceiçãoOs poluentes emitidos pelo motor de automóveis, ônibus e caminhões geralmente se espalham por um raio de até 150 metros a partir do ponto em que são lançados ao ar e transformam as grandes avenidas, a exemplo da Paulista ou da 23 de Maio, em São Paulo, por onde fluem dezenas de milhares de veículos por dia, em imensas chaminés que despejam sobre a cidade toneladas de partículas e gases tóxico.
Um dos trabalhos destacados pelo pesquisador foi coordenado por Nelson da Cruz Gouveia, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), que indicou que a poluição do ar aumenta em 50% o risco de morte de recém-nascidos na cidade de São Paulo.

terça-feira, setembro 29, 2009

1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE AMBIENTAL


A 1ª Conferência em Saúde Ambiental é uma iniciativa dos Conselhos Nacionais de Saúde, Cidades e Meio Ambiente atendendo às deliberações das Conferencias Nacional de Saúde (13ª), Cidades (3ª) e de Meio Ambiente (3ª). Instituída por meio de Decreto Presidencial, tem como lema: “Saúde e Ambiente: vamos cuidar da gente!“ e como tema “A saúde ambiental na cidade, no campo e na floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Fatores Emergentes em Gestão Ambiental

Limites da Terra

24/9/2009

Agência FAPESP – Identificar e quantificar os limites da Terra que não podem ser transgredidos ajudaria a evitar que as atividades humanas continuem causando mudanças ambientais inaceitáveis. A afirmação, de um grupo internacional de cientistas, está em artigo destacado na edição desta quinta-feira (24/9) da revista Nature.
Segundo eles, a humanidade deve permanecer dentro dessas fronteiras para os processos essenciais do sistema terrestre se quiser evitar alterações ambientais de dimensões catastróficas. Esses limites representariam os espaços seguros para a ação e para a vida humana.
O conceito de limites (ou fronteiras) planetários representa um novo modelo para medir as agressões ao planeta e define espaços seguros para a existência humana. Seguros tanto para o sistema terrestre como para o próprio homem, por consequência.
Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, e colegas sugerem nove processos sistêmicos principais para esses limites: mudanças climáticas; acidificação dos oceanos; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e de fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; e a taxa de perda da biodiversidade, tanto terrestre como marinha.
Para três desses limites da ação humana – ciclo do nitrogênio, perda da biodiversidade e mudanças climáticas –, os autores do artigo argumentam que a fronteira aceitável já foi atravessada. Afirmam também que a humanidade está rapidamente se aproximando dos limites no uso de água, na conversão de florestas e de outros ecossistemas naturais para uso agropecuário, na acidificação oceânica e no ciclo de fósforo.
O estudo dá números para esses limites. Para o ciclo do nitrogênio, por exemplo, antes da Revolução Industrial a quantidade de nitrogênio removido da atmosfera para uso humano era zero. O limite estabelecido pelo estudo é de 35 milhões de toneladas por ano. Parece muito, mas os valores atuais são de 121 milhões, mais de três vezes além do limite aceitável.
A taxa de perda de biodiversidade, calculada em número de espécies extintas por milhão de espécies por ano era de 0,1 a 1 até o início da era industrial. O limite proposto pelo estudo é de 35, mas o valor atual passou de 100.
O consumo de água potável por humanos era de 415 quilômetros cúbicos por ano antes da Revolução Industrial. Hoje, chegou a 2.600, perigosamente próximo ao limite sugerido de 4.000 quilômetros cúbicos por ano.
Os pesquisadores destacam a necessidade de se estabelecer os limites também para a emissão de aerossóis atmosféricos e de poluição química, apesar de não haver, atualmente, dados suficientes para tal definição.
Transgredir uma única dessas fronteiras planetárias por um tempo demasiadamente longo é o suficiente, argumentam, para promover alterações ambientais “abruptas e inaceitáveis que serão muito danosas ou até mesmo catastróficas à sociedade”. Além disso, quando um limite é derrubado, os níveis de segurança dos outros processos acabam sendo seriamente afetados.
“Embora a Terra tenha passado por muitos períodos de alterações ambientais importantes, o ambiente planetário tem se mantido estável pelos últimos 10 mil anos. Esse período de estabilidade – que os geólogos chamam de Holoceno – viu civilizações surgirem, se desenvolverem e florescerem. Mas tal estabilidade pode estar em risco”, descrevem os autores.
“Desde a Revolução Industrial, um novo período surgiu, o Antropoceno, no qual as ações humanas se tornaram o principal condutor das mudanças ambientais globais”, destacam. Segundo os pesquisadores, se não fosse a pressão promovida pelo homem, o Holoceno continuaria ainda por muitos milhares de anos.
O artigo A safe operating space for humanity, de Johan Rockström e outros, pode ser lido na Nature www.nature.com.

Na figura acima estão representadas as estimativas de como as variáveis de controle, diferentes para sete limites planetários, mudaram desde 1950.
O polígono verde sombreado representa o espaço de operação segura.
O vermelho representa as atividades humanas que já excederam o sistema da Terra. Os três limites biofísicos do planeta (perda da biodiversidade, ciclo do nitrogênio e mudanças climáticas) esgotados causam e causarão conseqüências que são prejudiciais ou mesmo catastróficas para grande parte do mundo.
Os seis outros limites podem muito bem ser atravessado nas próximas décadas.
São 29 cientistas europeus, australianos e E.U. em um artigo na edição de 24 de setembro da revista científica Nature. (Crédito: Cortesia da imagem de Cortesia de Estocolmo Resiliência Centre.
Abaixo está a tabela com as alterações dos valores.

Conceitos


A Ciência do Sistema da Terra é a disciplina que caracteriza a Terra como entidade dinâmica única dentro da qual as partes materiais e vivas estão estreitamente unidas, onde a Terra auto-regula seu clima e química.(Declaração de Amsterdam de 2001.
A Teoria de Gaia baseia-se em observações e modelos teóricos (dez previsões bem-sucedidas) onde se concluiu que a Terra é um sistema auto-regulador construído da totalidade dos organismos, rochas de superfície, oceano e atmosfera estreitamente unidos como um sistema em evolução. Esse sistema é dotado de um objetivo: a manutenção do equilíbrio das condições de superfície para que sejam mais favoráveis à vida.
Entende-se por Saúde (OMS) o estado de completo bem-estar físico, mental e social, onde estão incluídos a oportunidade de satisfazer necessidades, a possibilidade de modificar o ambiente e a habilidade de realizar esperança.
Entende-se por Ambiente os componentes da Ciência do Sistema da Terra e Gaia, bem como os ambientes construídos pelo ser humano, como o social e a sua infra-estrutura.